terça-feira, 26 de maio de 2015

Filtro Solar: FSP e PPD

        Algo que eu sempre falo e repito milhões de vezes para minhas clientes é: USEM PROTETOR SOLAR! E não é para usar só quando for à praia. O filtro solar deve ser usado todos os dias, faça chuva ou faça sol, seja verão ou inverno. Passar o protetor solar deve ser um hábito diário, assim como escovar os dentes, pentear o cabelo e tomar banho. Pois o NÃO uso do filtro solar lhe causará rugas, manchas e, nos casos extremos, doenças entre elas o câncer de pele.
A pele do rosto é a área que fica mais exposta e uma das mais sensíveis do nosso corpo. Portanto, devemos ter um cuidado maior com essa região, além de mãos, pescoço e colo, que também ficam sempre muito expostas aos raios solares.
Um dos grandes problemas, em relação ao uso do protetor solar, é que muita gente não entende direito os cuidados que precisam ser tomados na hora de escolher um bom protetor solar. As pessoas compram protetores que elas consideram bons, porém, sem observar os dois pontos mais importantes na hora de escolher: FPS e PPD. O FPS, o mais conhecido, todo mundo sabe que é fator de proteção solar. Mas, o que a grande maioria não sabe é o que é o PPD. E para que você entenda melhor sobre FPS e o que é o PPD, vou começar falando sobre os Raios Ultra Violetas (UV).
Os raios UV são indispensáveis à manutenção da vida na Terra, sendo que a camada de ozônio é responsável por filtrar esses raios e bloquear os de efeito mais maléficos. Porém, existem dois raios que chegam até nós e com os quais precisamos tomar bastante cuidado: UVA e UVB.
Os Raios UVB são responsáveis pelas queimaduras. Eles atingem a camada mais superficial da pele e causam manchas, além de aumentarem a predisposição ao câncer de pele. Geralmente, o resultado desses raios é vermelhidão e ardência. Esses raios têm incidência aumentada no verão, principalmente entre 10h e 16h. Por isso, é altamente aconselhável evitar a exposição ao sol nesses horários.
Os raios UVA provocam fotoenvelhecimento e estudos recentes revelaram que eles também estão relacionados ao desenvolvimento do melanoma (câncer de pele), por terem uma incidência ininterrupta sobre o organismo humano. Uma diferença entre os Raios UVA e UVB é o tempo de exposição, já que os raios UVA agem todos os dias, em todas as estações do ano. O UVA, ao contrário do UVB, tem a capacidade de ultrapassar as nuvens, ou seja, mesmo em dias nublados, eles podem atingir a pele. A maior parte dos vidros bloqueiam o UVB, mas não o UVA. Desta forma, o risco de queimaduras diminui, mas não evita o risco de lesões que o UVA causa.
Bom, agora que já vimos um pouquinho sobre os raios UVB e UVA vamos voltar a falar de FPS e PPD.
O Fator de Proteção Solar (FPS) é responsável por nos proteger dos raios UVB. Ou seja, quanto mais alto é o fator de proteção de um produto, maior é sua eficácia contra queimaduras, ardência e o câncer de pele. O FPS funciona da seguinte forma: quando exposta ao sol sem proteção, a pele leva um determinado tempo para ficar vermelha, mas quando se usa um filtro solar com FPS 15, por exemplo, a mesma pele leva 15 vezes mais tempo para ficar vermelha. E é por isso, que quanto mais clara a pele, maior deve ser o FPS usado.
Já o PPD (Persistent Pigment Darkening), trata-se do fator de proteção contra os raios UVA. É ele quem protege nossa pele contra o fotoenvelhecimento e também contra o câncer, já que os raios UVB aumentam a predisposição, mas são os raios UVA que, em longo prazo, podem possibilitar o surgimento de células cancerígenas em nossa derme.
No ano de 2006, o Comitê Europeu da Indústria de Cosméticos, publicou uma recomendação sobre o assunto, visando orientar e proteger os consumidores contra os raios UVA, pois até então se falava apenas do FPS dos produtos. Nesse texto, foi formalizada a necessidade de se proteger contra os danos causados pelos raios UVA, estabelecendo uma relação considerada ideal entre o nível de proteção contra raios UVB e UVA, ou seja, uma relação entre FPS e PPD. Essa relação indica que o PPD deve corresponder a, no mínimo, um terço do FPS. Portanto, um filtro solar com FPS 30 deve apresentar um PPD de no mínimo 10. Já um filtro com FPS 60 deve apresentar um PPD de no mínimo 20, e assim sucessivamente. Então, agora quando você for comprar um protetor solar lembre-se de olhar FPS e o PPD, não esquecendo os valores de relação entre eles.  
Provavelmente você deve estar querendo pegar agora mesmo o seu protetor solar e ver o PPD dele, mas tenho uma má notícia para você, talvez você não ache, pois a maioria não informa. Alguns produtos apenas afirmam na embalagem que possuem proteção contra os raios UVA, mas não dizem qual o nível dessa proteção. Já outros trazem a informação do PPD da seguinte forma: FPS 50 e PPD +++, sendo +++ proteção máxima, ++ proteção média e + proteção baixa. E em pouquíssimos produtos você realmente vai encontrar o PPD. O motivo disso é que a ANVISA ainda não estabeleceu como obrigatoriedade a informação do fator de proteção UVA, PPD, na embalagem dos produtos que circulam pelo Brasil. Porém, os dermatologistas afirmam que os protetores considerados seguros no mercado, mesmo não contendo essa informação na embalagem, possuem um bom fator de proteção UVA, então você não precisa ter medo de continuar usando aquele protetor que seu médico recomendou.
Espero ter ajudado vocês a entender um pouco mais sobre FPS e PPD. E que agora vocês passem a ter ainda mais atenção na escolha de seus protetores, pois se proteger do sol é não é vaidade, é uma questão de saúde!